Dissertação sobre os phenomenos da refracção e accomodação do olho humano : these apresentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e sustentada no dia 13 de maio de 1863 / Carlos Pedraglia.

  • Pedraglia, Carlos.
Date:
1863
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Credit: Dissertação sobre os phenomenos da refracção e accomodação do olho humano : these apresentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e sustentada no dia 13 de maio de 1863 / Carlos Pedraglia. Source: Wellcome Collection.

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    usar de óculos; emquanto uns rejeitão o seu emprego como nocivo ; outros pelo contrario o recommendão como vantajoso. Com toda a certeza é elle nocivo, não só nos primeiros annos da vida, como também quando existem affecções choroi- deaes, ou quando o myope, com o vidro concavo, mais aproveita da região do limi- te visual de proximidade do que do de distancia; por exemplo, copiando um livro collocado na região do limite visual de distancia, porque qualquer forçamento da accommodação favorece a myopia. Certamente menor damno causa o uso de óculos côncavos quando : Io, não existem no olho processos choroideaes ; 2o, a myopia se conserva estacionaria; 3o, o terreno de accommodação não passa de normal, ou a myopia não tem attingido um alto grão; isto é, não se desenvolve além de 1/10; e 4o, o paciente já ultrapassou os annos da mocidade- Em todo o caso é mais recom- mendavel o uso de lunetas com vidros côncavos , as quaes pela pouca commodi- dade que offerecem não permittem um emprego excessivo. Hyperopia. Com esta denominação exprimimos um estado natural ou adquirido, opposto á myopia, no qual a primitiva força de refracção do olho desceu abaixo da medida normal. O caracter principal é a transposição do limite visual de distancia além da norma; não se pôde com clareza ver objectos distantes sem vidros convexos. Este estado também é motivado, as mais das vezes, por uma variação do com- primento ordinário do eixo ocular; este é menor do que no olho normal. Quando a primitiva força de refracção diminuir, o olho não pôde mais reunir raios pa- rallelos na retina, mas precisa já de raios convergentes para formar imagens distinctas. Também aqui designa-se o gráo da hypermelropia nos casos especiaes segundo o gráo de convergência dos raios, que o olho precisa para formar imagens dis- tinctas na retina, quando abstrahede qualquer uso da accommodação. Determi- namos o gráo da hyperopia (da força da refracção que falta) igualmente por meio de lentes convexas, que augmentão a força de refracção, (quando ella é muito pequena), quanto é necessário para que possa haver percepção clara. A hyper- metropia por exemplo: de—1/8 precisa de um accrescimo de convergência de+1/8 que tem lugar por meio de uma lente convexa de + 1/8, isto é de um foco de 8 pollegadas francezas. Para determinar-se o gráo absoluto da hypermetropia, nos casos especiaes, não é bastante pôr-se simplesmente diante do olho hypermetropico vidros convexos de 2